sexta-feira, 27 de novembro de 2009

1972 – in «Da Pintura» - República, citado in catálogo da exposição – Biblioteca – Museu de Albano Sardoeira – Amarante.

«… Antes de mais, a Arte deve ser a reacção de um indivíduo ao meio social, exteriorizada numa linguagem estética tendente ao Belo absoluto; a reacção de um indivíduo – o artista – situado no seu tempo, no seu espaço, em si próprio: a sublimação ansiosa de perfeição do seu «ser» e «estar». Daí a necessidade da liberdade alheia a qualquer forma de sujeição: social, política ou especulação artística pura. Daí a necessidade de uma análise onde o social estará – porque «existe» - o artista reconstruirá – porque «é» - dentro de um mundo plástico reinventado – porque a sublimação tendente ao Belo absoluto é uma das determinantes e essenciais da Arte.»


«… Essa imagem figurativa (simbólica ou não) mais ou menos elaborada conforme os casos, será por assim dizer uma ponte de sugestão e guia, entre o mundo real-aparente do espectador e o mundo auto-verdade do artista. Será a porta de comunicação-esteriorização, entre o presente-eterno do autor na hora da criação e das diversas leituras dos diversos espectadores no momento da observação.»

«… A linguagem que então resultará (da contemplação da Realidade e do Sonho) sublimada e exteriorizada em materialização obra-de-arte, poderemos chamar fantasia. Fantasia essa que poderá ser levada ao ponto extremo quase no limiar do absoluto – o absurdo – aparente (extremo esse explorado de certo modo por alguns surrealistas figurativos e abstractos até ou se poderá quedar numa fantasia levemente marcada – como por exemplo a utilizada no processo de iluminação de La Tour ou no desenho de Jean Fouquet.»

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